SUCHI Tour inicia neste sábado em São Paulo; Chibanca mistura hardcore com letras poéticas e reflexivas sobre temas sociais e existenciais
Direto de São José dos Campos, uma banda formada por cinco pessoas conquistou um público leal que se identifica com suas canções e estilo. Chibanca traz em seu repertório fortes influências do metal e do hardcore, traduzindo questões sociais e dilemas pessoais em forma de poesia em suas músicas.
A banda inicia, neste sábado, 7 de junho, a primeira turnê, denominada “Suchi Tour” no Veganasso, em São Paulo. Realizada em parceria com a banda “Sufoco”, a turnê promove primeiro álbum completo, “MONOCROMIA”.
Com uma nova sonoridade, a banda transita entre atmosferas soturnas e caóticas em 12 faixas intensas, que abordam o cotidiano e conflitos internos. As letras trazem reflexões sobre a esfera emocional e existencial, promovendo também críticas sociais. Nesse sentido, o álbum “MONOCROMIA” surge como uma representação simbólica da uniformidade dos sentimentos universais humanos, por meio de diferentes vivências.

CONHEÇA A CHIBANCA
Chibanca, que nasceu em 2021, é composta por Wesley Nerosi (vocais), Emily Ferreira (guitarra), Anderson Perez (guitarra), Gabriel Roberto (baixo e vocais) e Felipe Rodrigues (bateria). Juntos, compõem as canções refletindo temas sociais, políticos e emocionais, combinando tudo isso com instrumentais pesados e vocais fortes, que trazem a essência do grupo e um show de presença.
A banda surgiu um pouco antes da pandemia, idealizada por Wesley (vocalista) e Josean, amigos de infância que tocavam juntos em uma banda chamada 4HC. Inicialmente, formaram uma nova banda com mais três integrantes, Brendan, Luiz e Jean — nomes que, mais tarde, dariam origem à banda Los Suffers. Sendo assim, Chibanca, Los Suffers e Sufoco são bandas irmãs, como se fossem “trigêmeas”, com integrantes que tocam em mais de uma delas.
Durante a pandemia, os três integrantes originais saíram da banda. Após isso, Wesley e Josean chamaram novos membros: Rafa, Bruno e Vandinho. Essa formação foi responsável pelo lançamento do primeiro EP, “Horda Desprezível em Estado de Desespero“, em novembro de 2022. Com cinco faixas, a banda rodou em muitos shows. Em 2023, passou por outra troca de membros, sendo esta a formação atual no momento.
Como inspiração musical, os membros destacam a banda americana Knocked Loose, que é conhecida como revolucionária no cenário hardcore. Outras influências incluem bandas como Turnstile e também elementos de “nu metal”, especialmente da nova geração, que mistura o peso do hardcore com influências de bandas como Linkin Park. O som é marcado por gritaria e dissonâncias, seguindo essa linha mais agressiva e intensa do hardcore contemporâneo.
Todos os lançamentos, como “MONOCROMIA” (2025), o single “Punição” (2024) e o EP “Horda Desprezível em Estado de Desespero” (2022), podem ser acessados no Spotify da banda.

Agora, confira abaixo uma entrevista exclusiva com o baixista e vocalista Gabriel Roberto:
Repórter – Bruna Viana
Eu vi que a banda se preocupa muito com questões sociais, principalmente com minorias. Eu queria que você falasse um pouco sobre isso. Como é trabalhar essas temáticas nas músicas?
Gabriel: Então, a gente já deixa bem explícito o nosso lado, tanto pelo perfil do Instagram como principalmente na letra. Porque uma coisa que a galera não presta muita atenção é na letra, e às vezes se importa muito mais com o som, com o riff, com o que está tocando e não entende a mensagem. E principalmente no EP, como em “Futuro Mutilado” e “Saldo Negativo”, são músicas que abordam desde um macro, de situações sociais que afetam o nosso dia a dia, até um micro… A gente fala de preconceito religioso, preconceito racial, e todos abordados dentro do álbum […]
Gabriel explica que, além de discutir essas pautas, a banda tenta bater de frente com preconceitos e utiliza uma linguagem mais poética, que é característica da Chibanca, não sendo uma letra agressiva. Além disso, destaca que as músicas fazem parte de uma história, que é contada ao longo do álbum.
Como você acha que as pessoas interpretam as músicas da Chibanca? Como é a reação delas nos shows? Você sente que elas entendem o que vocês estão fazendo?
Gabriel: Eu acho que sim, porque, principalmente nos shows, eles são bem energéticos e caóticos e, do meu ponto de vista, tem hora que parece que é uma onda, porque vai aquele monte de braçada, no “mosh”. E a gente consegue passar essa energia, tanto musicalmente quanto da letra, e fica essa troca ali de quem está ouvindo e a gente ali tocando.
Como foi a produção do álbum “Monocromia”?
Gabriel: Então, a produção acho que deu início mais ou menos em maio ou abril do ano passado, que a gente se encontrou uma vez e começou a produzir. A primeira música a ser produzida foi a “Está em mim”. E desde lá a gente marcava alguns encontros. O Anderson, a Emily e o Wesley são de São José, ficava mais fácil para eles, mas eu sou aqui de Guará (Guaratinguetá) e o Felipe de Cruzeiro, então ficava bem difícil de se encontrar, mas a gente marcava encontros. A composição foi em 2024 quase inteira, e a gravação do álbum foi no começo de 2025.
Foi feito de forma caseira? Como que foi?
Gabriel: Ah, foi totalmente caseira. Foi na casa do Wesley, que tem lá o estúdio dele. Tem a interface dele, uns monitores, a gente ia pra gravar, cada um ia lá um final de semana. Puxado, horas de gravação. Não aguentava mais ouvir as músicas. Mas foi da hora. Foi a primeira vez que eu gravei contrabaixo, porque eu já tinha experiência gravando só vocal. Mas foi uma experiência bem diferente, foi gostoso de uma certa forma. Mas foi tudo por nós mesmos.
Suchi Tour, de onde veio esse nome?
Gabriel: Ah, é o pessoal que curte a gente. A gente misturou Sufoco com Chibanca. Ficou “Suchi”.
Como que o pessoal (da banda) está se sentindo com a turnê? Eles estão animados?
Gabriel: Tá todo mundo animado, todo mundo cansado. Porque o pessoal trabalha dia de semana e, final de semana, tem que ir fazer um show, daí volta… É uma jornada bem complicada. Mas, no final, vale a experiência, é bom.
SERVIÇO:
SUCHI TOUR
R.V.S x MONOCROMIA
- 7/06 – Veganasso Produções Artísticas – São Paulo
- 28/06 – Central do Brasil – Santos
- 13/07 – Rise Up Against – Volta Redonda
- 18/07 – Ferrovia Estúdio – Lorena
- 27/07 – Algohits – São Paulo
- 09/08 – Mogi Overdrive – Mogi das Cruzes
- 18/10 – A CONFIRMAR – São José dos Campos
Mais informações sobre a banda Chibanca podem ser conferidas no Instagram oficial @chibancanoises