O pianista pernambucano, Amaro Freitas, se apresenta dia 22 de maio no Parque Ibirapuera
Dono de uma sonoridade que mistura a liberdade do jazz, a força dos ritmos populares nordestinos e uma busca espiritual, Amaro Freitas, nascido em Recife, recorre às suas raízes para criar sons carregados de cultura. Desde o início de sua carreira, ele se junta ao baixista Jean Elton e ao baterista Hugo Medeiros, formando o Amaro Freitas Trio.
Seu álbum de estreia, Sangue Negro, foi lançado em 2016 e une o jazz moderno com a harmonia nordestina. De certo modo, também abre espaço para gêneros como o maracatu, o frevo e o baião, mostrando questões da identidade negra, assim como o título sugere.
Em 2018, ele ampliou sua visão artística com Rasif, um álbum mais ousado e intenso. O título vem de uma escrita arcaica de Recife, sua cidade natal, a fim de reforçar ainda mais sua ancestralidade e a ligação com a cultura local. A repercussão foi positiva e acabou ganhando destaque internacionalmente, tendo matérias publicadas pela ‘’Downbeat Magazine’’ que classificou o trabalho como uma nova promessa do jazz brasileiro.
Segundo Amaro, a música Trupé é um tributo ao estilo de dança Samba de Coco Trupé que é um estilo de sapateado com tamancos de madeira, que contribuem diretamente para o ritmo da dança.
Em 2020, Amaro Freitas foi convidado por Milton Nascimento e Criolo para colaborar em novas versões das músicas “Cais” e “Não Existe Amor em SP”. Com seu piano marcante, ele trouxe uma camada emocional intensa às faixas — misturando harmonias sofisticadas, silêncios expressivos e uma sonoridade introspectiva que dialoga com a melancolia e a força poética das canções.
Sankofa (2021) funda as raízes brasileiras com ritmos africanos. O álbum fortaleceu Amaro como um dos músicos mais inovadores e conscientes de sua geração, entrando em listas de melhores álbuns de jazz do ano como Pitchfork e NPR. O disco representa um mergulho na ancestralidade negra, indígena e periférica brasileira. Com faixas como Baquaqua que homenageia Mahommah Gardo Baquaqua, africano escravizado no Brasil que conseguiu escapar e escrever suas memórias.
O mais recente álbum, ‘Y’Y’ (2024) marca mais um passo em sua trajetória, dessa vez, trazendo ênfase à Amazônia. O nome vem de uma palavra que em línguas indígenas pode significar ‘’vida’’ ou ‘’árvore’’, assim, trazendo uma espécie de tributo à natureza, aos povos originários e à terra. As nove faixas, totalmente instrumentais, trazem um som mais contemplativo e atmosférico com o uso de instrumentos de origem indígena.
Não perca a apresentação de Amaro Freitas, no C6 Fest, dia 22 de maio, no Parque Ibirapuera.
SERVIÇO:
C6 FEST 2025
🗓️ Quando: 22 a 25 de maio de 2025
📍 Onde: Parque Ibirapuera – São Paulo
🎫 Ingressos: C6 Fest