The Driver Era se apresentou nessa sexta-feira (2) em São Paulo, no Tokio Marine Hall
A Obsession Tour finalmente chegou em solo brasileiro. E enquanto o mundo estava de olho na praia de Copacabana, na Rua Bragança Paulista, em São Paulo, o The Driver Era agitou a noite das centenas de pessoas com um show inesquecível nesta última sexta-feira (2).
Algumas semanas atrás, quando especulamos o que esperar do show da banda no Brasil, apostamos na maturidade sonora e de produção, e que apesar do novo álbum ter um estilo mais introspectivo e melancólico, ainda podíamos esperar uma atmosfera divertida e contagiante. E não poderíamos estar mais corretos.
Como foi o show?
O esquenta da noite começou com o DJ Ryland, outro irmão Lynch, responsável pelo gerenciamento do The Driver Era e pelo show de abertura. Seu set contou com hits como ‘Good Luck, Babe!’ da Chappel Roan, ‘Guess’ da Charli XCX com a Billie Eilish, Blinding Lights e São Paulo do The Weeknd, e – particularmente o momento em que perdi a linha – ‘Gimme Gimme Gimme’ do ABBA.
Com o público devidamente animado, os protagonistas da noite subiram ao palco para iniciar os trabalhos com ‘Touch’, terceiro single lançado do álbum Obsession. A partir deste momento a mágica começou de verdade. Porque o The Driver Era pode até não ser a maior banda de indie rock da atualidade, mas seus ouvintes são fiéis e entregues. Cada olhar, cada gesto e cada palavra dita no palco eram absorvidos com atenção quase religiosa por quem estava ali.
Este fato também é uma consequência direta da presença da forma como a banda conduz o público por seu universo musical. O setlist foi uma jornada entre momentos dançantes, intensos e até nostálgicos com músicas como The Weekend e Don’t Walk Away do álbum Obsession (2025), Heaven Angel e A Kiss de Girlfriend (2021) e Natural e Afterglow de X (2019) conduziram o público por diferentes eras da banda. Contamos até mesmo com a performance de On My Own da trilha sonora do filme Teen Beach Movie.
Sendo um dos destaques do espetáculo, When You Need a Man ganhou um remix inesperado com um grave pesado e distorcido de funk experimental, daquelas batidas que a gente esperaria ouvir em uma noite na Submundo 808, e não num show de rock alternativo. E ainda assim, funcionou perfeitamente. Ainda, Nobody Knows foi mixada de forma surpreendente com I Gotta Feeling do Black Eyed Peas e resultou num dos melhores momentos do show.
Muito além da tela

Quanto ao desempenho da banda, não há como negar: Ross Lynch é um show à parte. Seu jeito de caminhar, cantar, interagir com o público pode ser descrito como no mínimo magnético. Somado ao seu inegável sex appeal despretensioso e divertido que toma conta do ambiente, se torna impossível tirar os olhos dele. De fato esse magnetismo não era novidade, é possível percebê-lo nos clipes das músicas e gravações dos shows do The Driver Era publicados em redes sociais, mas não se compara ao impacto de vê-lo ao vivo.
E isso vale para o espetáculo como um todo: eu já sabia da energia dos shows do The Driver Era, já tinha assistido aos TikToks, os memes, lido relatos, visto fãs em êxtase. Achei que estava preparada. Mas nada disso me impediu de ser completamente surpreendida. Porque uma coisa é saber o que vai acontecer e ver a partir de uma tela, outra completamente diferente é viver o momento ao lado de centenas pessoas que, apesar de desconhecidas, estão compartilhando o mesmo sentimento que você, o que torna toda a experiência ainda mais memorável.
Durante a divulgação da Obsession Tour, Ross e Rocky nos prometeram entregar o melhor show que já fizeram e nos avisaram para irmos preparados para dançar e foi exatamente isso que eles entregaram. Foi como se cada expectativa minha tivesse sido elevada ao máximo, só para ser superada logo depois e resultar em uma das melhores noites da minha vida.